O INAC instaurou 29 de maio como o Dia da Carne há algumas décadas, com o objetivo de ter uma data para celebrar a importância das carnes no desenvolvimento do país e na alimentação das pessoas.
No Uruguai, a cozinha sintetiza a história da sua gente, seus costumes e as múltiplas culturas que compõem sua essência; uma tradição projetada com audácia sobre raízes sólidas nos melhores produtos com que conta. As carnes Uruguaias são o centro desta oferta e brilham por sobre qualquer outro prato. Atrás desta proposta diferencial, que posiciona o país entre os maiores exportadores e melhores produtores do mundo, há aspectos por entender que permitem ampliar noções na hora de viver a experiência de comer carnes Uruguaias:
A terra:
Para começar, o Uruguai é ideal para a cria de gado. Existe uma relação direta entre a qualidade das carnes que comemos e dos pastos que alimentam nosso gado. O Uruguai se localiza no pampa sul-americano, em uma das regiões de pastiçais temperados maior do mundo e sobre uma das reservas de água doce mais importante do planeta onde o pampa sul-americano se encontram com o oceano Atlântico. Se algo caracteriza este canto do mundo é a biodiversidade: nosso território conta com mais de 9,5 milhões de hectares de campo natural, atravessadas por uma extensa rede de rios e arroios, povoados por um alto número de espécies arbóreas e gramíneas, uma crescente e valiosa mata nativa e uma fauna diversa. Neste marco, o rodeio Uruguaio cresce a céu aberto pastando ao ar livre durante as quatro estações do ano, e cada animal conta com uma área equivalente a 2 campos de futebol.
Inovação e consciência: (Bem-estar Animal e Sustentabilidade)
O Uruguai possui uma longa tradição e uma grande cultura na produção e exportação de carne bovina de mais de 400 anos.
Hoje em dia nosso país conta com mais de 44.000 estabelecimentos pecuários, a maioria dos quais são empresas de produtores pecuários familiares, firmemente convencidos do manejo sustentável dos recursos naturais e das mais atualizadas práticas de respeito e bem-estar animal. Esta convicção é compartilhada por todos os atores da cadeia, conseguindo que os animais tenham ótimas condições desde seu crescimento nos estabelecimentos, até o momento do seu abate. Destacamos também que em nosso país está proibido o uso de hormônios e de antibióticos promotores do crescimento nos animais e seu manejo sanitário é feito por profissionais capacitados, vital para o controle epidemiológico.
Também existe uma linha importante de ações para a conservação de recursos naturais, medição e trabalhos relacionados com o impacto da produção pecuária e o cuidado dos resíduos nas plantas frigoríficas.
Biodiversidade. A pecuária Uruguaia possui uma característica muito particular, realiza-se com base a um recurso natural renovável: o campo natural, pois todos os anos ele naturalmente produz o pasto necessário para o crescimento dos animais. Este fator o transforma em um produto de altíssimo valor e densidade nutricional. Este é o pilar fundamental: produzimos em um ecossistema que naturalmente está desenhado para ser ocupado por ruminantes (o bioma pampa), caracterizado por ser o resguardo de uma altíssima biodiversidade, à qual a pecuária contribui para sua conservação (de no existir gado, os ecossistemas se degradam). No Uruguai a mata nativa está protegida desde 1987. Ele é o único país na América do Sul com mata nativa em aumento. Finalmente, o Uruguai assinou recentemente o Acordo de Montreal (2022) em que se procura a preservação e a recuperação dos recursos naturais.
Medição. “Com o objetivo de estabelecer uma abordagem integral nos sistemas de produção pecuária do Uruguai, os Ministérios de Ambiente e da Pecuária, da Agricultura e da Pesca conformaram uma Equipe Técnica Interinstitucional da Huella Ambiental Pecuaria (pegada ambiental pecuária). Esta equipe busca difundir e fazer visíveis em nível nacional e internacional, o desempenho ambiental da produção pecuária uruguaia, e preparar ao país para responder as demandas atuais e futuras de mercados cada vez mais exigentes e ao mesmo tempo contar com bases objetivas para a definição de políticas para a produção agropecuária, alinhando as políticas produtiva e ambiental” (fonte: site da Huella Ambiental Pecuária [Pegada Ambiental Pecuária]). A pegada ambiental da pecuária oferece um acompanhamento para conhecer os efeitos sobre nossos recursos naturais e nosso perfil de emissão, vendo qual é o efeito da pecuária em biodiversidade, solo, água e gases de efeito estufa.
Emissões. Sucintamente, as emissões da pecuária são mormente biogênicas (para saber mais, clique aqui). Cabe acrescentar que o estoque animal do Uruguai é relativamente constante. Por isso, sua contribuição para o aquecimento global tende à neutralidade.
Além deste fator, somos um país comprometido internacionalmente com a eficiência mais eficiente, aumentando a produção de alimentos (apostando pela segurança alimentar global) e, ao mesmo tempo, gerando uma menor pressão de emissão por cada kg de carne produzida. O país se comprometeu coma redução de 32% das suas emissões de metano por kg de carne até 2025. Segundo cálculos feitos, o Uruguai já está cumprindo com essa meta. Existe ademais potencial para que a pecuária uruguaia se envolva ainda mais com a solução para a mudança climática.
Gestão de resíduos. Nossos frigoríficos estão equipados com tecnologia de avançada. A grande maioria das nossas plantas de abate exportadoras estão habilitadas nos mercados mais exigentes como China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos e a União Europeia, dentre outros.
Além disso, o Uruguai trabalha visando uma adequada gestão dos resíduos gerados pela indústria frigorífica, necessária não só do ponto de vista ambiental, mas também do econômico. A maioria desses resíduos são de origem orgânica, sendo a compostagem uma técnica frequentemente utilizada para sua gestão.
A valorização de resíduos e subprodutos, com uma visão de circularidade de materiais e recursos é um aspecto inerente à indústria frigorífica que determina sua sustentabilidade ambiental e econômica.
Contribuição das nossas carnes:
A origem e a qualidade do que comemos é primordial: devemos favorecer o consumo de alimentos naturais e nutritivos. Para cuidar nossa saúde, é fundamental engajar-nos ativamente com os alimentos.
Manter uma dieta equilibrada é garantir muito mais do que a saúde do nosso corpo: é facilitar múltiplos processos associados às diferentes etapas da vida. A ingesta de carnes é especialmente benéfica pela variedade de nutrientes necessários que proporciona. As proteínas, o ferro, a vitamina B12, o zinco e o omega 3 (em carnes vermelhas de animais com alimentação de pastoreio) são componentes chaves deste alimento. Aqui destacamos as seguintes características deles:
Proteínas
· São fundamentais para o crescimento, a formação e o sarado dos tecidos, bem como para o sistema imune, responsável da nossa defesa contra as doenças.
· São essenciais para o crescimento e o desenvolvimento físico e mental da pessoa.
Ferro
· É um mineral considerado essencial, pois é necessário para a produção de hemoglobina, componente fundamental dos glóbulos vermelhos, que transportam o oxigênio pela corrente sanguínea.
· Por causa dessa função essencial no transporte de oxigênio, o ferro cumpre um papel muito importante na saúde, particularmente, na hora de fazer esporte (os glóbulos vermelhos melhoram o desempenho, a resistência e a velocidade).
Vitamina B12
· Só se encontra nos alimentos de origem animal.
· Sua adequada contribuição reduz a fadiga e o cansaço, enquanto que sua carência crônica se associa com possíveis mudanças hematológicas (anemia perniciosa), gastrointestinais e neurológicas.
Consumo seguro:
Alimentar-nos significa saber escolher. A dinâmica da vida atual nos vincula com os alimentos como consumidores que, cada vez mais, devemos saber quais escolher na hora de comprar. Lembre sempre escolher produtos cárneos de maneira segura, em locais habilitados pelo INAC, cuidando as normas de higiene, conservação e manipulação dos alimentos.
Definitivamente, no momento de curtir um prato de carne uruguaia, carregada de sabores e nutrientes, você estará diante de um longo trajeto: um percurso que inclui a geografia e os recursos naturais, a história e os atores do setor, levando em conta as boas práticas e o manejo durante todas as etapas da cadeia.
Os sabores são diferentes quando se conhece o contexto. Então, provar a carne uruguaia é um momento único: nesse instante, você vai gostar o país implícito nessa experiência.
